Novas Regras do ITBI no Distrito Federal: O que Muda e Por Que Você Deveria se Importar

Se você está pensando em comprar ou vender um imóvel no Distrito Federal, prepare-se para uma boa notícia! No dia 24 de junho de 2025, a Câmara Legislativa do DF (CLDF) aprovou um projeto de lei que promete trazer mais justiça e clareza ao cálculo do ITBI (Imposto sobre a Transmissão “Inter Vivos” de Bens Imóveis). O projeto, idealizado pelo deputado Thiago Manzoni (PL), agora aguarda a sanção do governador para entrar em vigor. Mas o que isso significa na prática? Vamos explicar tudo de forma simples e direta!

O que é o ITBI e por que ele importa?

O ITBI é aquele imposto que você paga quando compra ou vende um imóvel. Ele é cobrado sobre o valor da transação e, no DF, a alíquota atual é de 3%. Até agora, o cálculo do imposto usava o valor venal do imóvel, que é uma estimativa feita pela administração tributária. O problema? Esse valor muitas vezes não refletia o preço real do mercado, gerando confusão, disputas e, em alguns casos, um imposto mais alto do que deveria.

O que muda com a nova lei?

A grande novidade é que o ITBI agora será calculado com base no valor real da negociação, ou seja, o preço de mercado do imóvel. Isso significa que o valor que você declarou na compra ou venda será o ponto de partida para o cálculo do imposto. Parece justo, né? Confira os principais pontos da mudança:

1. Valor de mercado como referência

Chega de valores venais desatualizados! A nova lei determina que o ITBI será baseado no preço que você realmente pagou ou recebeu pelo imóvel. Isso garante que o imposto seja mais alinhado à realidade do mercado imobiliário.

2. Presunção a favor do contribuinte

O valor que você informar na transação será considerado verdadeiro, a menos que a administração tributária abra um processo administrativo para contestá-lo, seguindo as regras do Código Tributário Nacional. Em outras palavras, o governo confia na sua palavra, a menos que haja motivos claros para investigar.

3. Critérios claros para avaliação

A nova legislação estabelece parâmetros objetivos para definir o valor do imóvel, como:

  • Forma, dimensão e utilidade do bem;

  • Localização do imóvel;

  • Estado de conservação;

  • Custo de construção;

  • Dados do mercado imobiliário e registros notariais.

Esses critérios trazem mais transparência e ajudam a evitar estimativas arbitrárias.

Por que essa mudança está alinhada com a justiça?

A nova lei foi inspirada em decisões recentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já vinham apontando o caminho para um cálculo mais justo do ITBI. O STJ decidiu que:

  • O valor do ITBI não pode ser vinculado ao valor do IPTU;

  • A declaração do contribuinte sobre o valor do imóvel deve ser considerada correta, salvo prova em contrário;

  • Municípios (e o DF) não podem impor valores de forma unilateral.

Com isso, a legislação do DF está se adaptando a essas diretrizes, trazendo mais segurança jurídica para quem compra ou vende imóveis.

Um breve histórico do ITBI no DF

Para entender o impacto da mudança, vale lembrar como o ITBI evoluiu no Distrito Federal:

  • Até 2015, a alíquota era de 2%;

  • Em 2015, durante o governo de Rodrigo Rollemberg, ela subiu para 3%;

  • Em 2022, houve uma redução temporária para 1%, como forma de aquecer o mercado imobiliário.

Agora, mesmo sem alterar a alíquota (que continua em 3%), a nova regra pode reduzir o valor do imposto em muitos casos, especialmente quando o preço de mercado do imóvel for menor que o valor venal usado anteriormente.

Por que isso é tão importante?

Essa mudança não é só uma questão de números – ela traz benefícios reais para quem está no mercado imobiliário e para a relação entre cidadãos e governo. Veja por quê:

  • Mais justiça fiscal: O imposto será baseado no valor real da transação, o que pode diminuir o custo em muitas negociações.

  • Segurança jurídica: Com critérios claros e alinhados às decisões do STJ, há menos espaço para disputas ou cálculos arbitrários.

  • Transparência: As novas regras fortalecem a confiança entre o contribuinte e o governo, com processos mais claros e previsíveis.

  • Estímulo ao mercado imobiliário: Um imposto mais justo pode facilitar negociações e aquecer o setor, beneficiando compradores, vendedores e a economia como um todo.

O que acontece agora?

O projeto de lei está nas mãos do governador do DF, aguardando sanção. Assim que for publicado no Diário Oficial, as novas regras entram em vigor imediatamente. Fique de olho, porque podem surgir normas complementares para detalhar como o valor de mercado será calculado na prática.

E agora, o que fazer?

Se você está planejando comprar ou vender um imóvel no DF, essa é uma ótima notícia! A nova lei promete tornar o processo mais justo e transparente, com um imposto que reflete o valor real do seu negócio. Fique atento à publicação no Diário Oficial e, se possível, consulte um corretor ou advogado especializado para garantir que tudo corra bem na sua negociação.

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